Tuesday, April 30, 2013

DEUS É BOM

FACA-TUDO-PARA-A-GLORIA-DE-DEUSOs propósitos de Deus são supremos e finais. Ele tem o propósito de realizar algo por seu trabalho e providência, que Ele mesmo considere bom, ou de valor para Ele, e para os seres em geral. A isto chamamos de seu final supremo. Certamente que não poderia simplesmente ser considerado bom, se não tivesse intrinsecamente em Si mesmo um final de valor que Ele intenta realizar, através de suas obras de criação e providência. Ao seu propósito de assegurar o seu grandioso e supremo final, chamamos de propósito supremo.
O final ou o propósito de Deus é sempre bondoso. Ele sempre planeja o bem. Porém as suas criaturas têm se mostrado egocêntricas, e seus planos são freqüentemente diretamente opostos aos propósitos de Deus, mesmo tratando-se dos mesmos eventos.
Temos visto que Deus é bondoso. Esta é a doutrina tanto da razão como da revelação. A razão intuitivamente afirma que Deus existe, e que Ele é perfeito. A Bíblia assume que Ele existe e é perfeito. A bondade, deve obrigatoriamente ser atributo do Deus infinito e perfeito. Este atributo adentra o pensamento racional de Deus. A razão não poderia reconhecer algum ser como sendo Deus, se não fosse o dono desse atributo. Porém se a infinita bondade é atributo moral de Deus, segue-se, certamente, que todos os seus desígnios ou propósitos são perfeitamente bondosos. Deus escolheu o melhor final possível, e o persegue na utilização dos melhores meios praticáveis. Os seus propósitos abrangem tanto o final, como os meios necessários para assegurá-lo, juntamente com a melhor maneira de retirar o pecado, que é o resultado incidental por Deus ter escolhido este final, utilizando, os meios escolhidos por Ele. E estes meios não se estendem; eles são todos, portanto, perfeitamente bons.
Deus está, de acordo com a sua natureza, disposto a agir com grande generosidade para com a sua criação. Essa faceta da natureza divina é manifestada na sua disposição de prover todas as nossas necessidades, quer materiais (a chuva e as colheitas, At 14.17), quer espirituais (a alegria, At 14.17; a sabedoria, Tg 1.5).

Definições
  • Bondade: É uma concepção genérica incluindo diversas variedades que se distinguem de acordo com os seus objetos. Bondade é perfeição absoluta e felicidade perfeita em Si mesmo (Mc 10.18; Lc 18.18,19; Sl 33.5; Sl 119.68; Sl 107.8; Na 1.7). A bondade implica na disposição de transmitir felicidade.

  • Benevolência: É a bondade de Deus para com Suas criaturas em geral. É a perfeição de Deus que O leva a tratar benévola e generosamente todas as Suas criaturas (Sl 145.9,15,16; Sl 36.6, 104.21; Mt 5.45, 6.26; Lc 6.35; At 14.17). Thiessen define benevolência como a afeição que Deus sente e manifesta para com Suas criaturas sensíveis e racionais. Ela resulta do fato de que a criatura é obra Sua; Ele não pode odiar qualquer coisa que tenha feito (Jó 14.15) mas apenas àquilo que foi acrescentado à Sua obra, que é o pecado (Ec 7.29).

  • Beneficência: Enquanto que a benevolência é a bondade de Deus considerada em sua intenção ou disposição, a beneficência é a bondade em ação, quando seus atributos são conferidos.

  • Complacência: É a aprovação às boas ações ou disposições. É aquilo em Deus que aprova todas as Suas próprias perfeições como também aquilo que se conforma com Ele (Sl 35.27, 51.6; Is 42.1; Mt 3.17; Hb 13.16).

  • Longanimidade, ou Paciência: O hebraico emprega a palavra erek’aph que significa “grande de rosto” e daí também “lento para a ira”. O grego emprega makrothymia que significa “ira longe”. Portanto longanimidade é o aspecto da bondade de Deus em virtude do qual Ele tolera os pecadores, a despeito de sua prolongada desobediência. A longanimidade revela-se no adiamento do merecido julgamento (Êx 34.6; Sl 86.15; Rm 2.4, 9.22; 1 Pe 3.20; 2 Pe 3.15).

  • Misericórdia: Também expressa pelos sinônimos compaixão, compassividade, piedade, benignidade, clemência e generosidade. No hebraico usa-se as palavras chesed e racham e no grego eleos. É a bondade de Deus demonstrada para com os que se acham na miséria ou na desgraça, independentemente dos seus méritos (Dt 5.10; Sl 57.10, 86.5, 116.5, 136, 145.9, 143.12; 1 Cr 16.34; 2 Cr 7.6; Ed 3.11; Ez 18.23,32; Ex 33.11; Lc 6.35; Jó 6.14). A paciência difere da misericórdia apenas na consideração formal do objeto, pois a misericórdia considera a criatura como infeliz, a paciência considera a criatura como criminosa; a misericórdia tem pena do ser humano em sua infelicidade, a paciência tolera o pecado que gerou a infelicidade. A infelicidade e sofrimento deriva-se de um justo desagrado divino, portanto exercer misericórdia é o ato divino de livrar o pecador do sofrimento pelo qual ele justamente e merecidamente deveria passar, como conseqüência do desagrado divino.

  • Graça: É a bondade de Deus exercida em prol da pessoa indigna. Portanto graça é o ato divino de conceder ao pecador toda a bondade de Deus a qual ele não merece receber (Ex 33.19).
Na misericórdia Deus suspende o sofrimento merecido, na graça Deus concede bênçãos não merecidas. Todo pecador merece ir para o inferno; assim Deus exerce Sua misericórdia livrando o pecador da condenação. Nenhum pecador merece ir para o paraíso; assim Deus exerce a Sua graça doando ao pecador o privilégio de ir gratuitamente para o paraíso.
Essa diferença entre misericórdia e graça é notada em relação aos anjos que não caíram. Deus nunca exerceu misericórdia para com eles, posto que jamais tiveram necessidade dela, pois não pecaram, nem ficaram debaixo dos efeitos da maldição. Todavia eles são objetos da livre e soberana graça de Deus pela qual foram eleitos (1 Tm 5.21) e preservados eternamente de pecado e colocados em posição de honra (Dn 7.10; 1 Pe 3.22).

  • Amor: A perfeição da natureza divina pela qual Ele é continuamente impelido a se comunicar. É, entretanto, não apenas um impulso emocional, mas uma afeição racional e voluntária, sendo fundamentada na verdade e santidade e no exercício da livre escolha. Este amor encontra seus objetos primários nas diversas Pessoas da Trindade. Assim, o universo e o homem são desnecessários para o exercício do amor de Deus. Amor é, portanto, a perfeição de Deus pela qual Ele é movido eternamente à Sua própria comunicação. Ele ama a Si mesmo, Suas virtudes, Sua obra e Seus dons.

Conclusão
A tendência geral do homem é culpar Deus por todo o mal e sofrimento, e passar toda a responsabilidade para Ele. Nós o culpamos pelas guerras, injustiças, defeitos de nascença, tragédias pessoais, etc.
Esta questão é baseada numa falsa premissa. Deus não é bom porque eu acho que Ele é bom, ou porque eu concordo com o que Ele diz e faz. Deus é bom porque Ele diz que é!

  • Deus é bom.
Quando as pessoas fazem essa pergunta, elas estão essencialmente sugerindo que Deus não é “todo poderoso.” Por que? Normalmente porque Deus não se encontra em seus critérios de “bom.” Uma boa pergunta para ser feita em resposta é, “Quando você se tornou o centro moral do seu universo?” Jesus mesmo disse, “Só Deus é bom, e mais ninguém” (Lc 18.19).
  • O que é bom?
Bom é o que Deus aprova. Não há nenhum padrão de bondade maior que o caráter de Deus; então, Sua aprovação de alguma coisa como sendo bom consiste nesse caráter.
  • Por que Ele permitiu o mal?
O homem não foi criado mal, mas perfeito: eterno, inocente, nunca morreria. Não era capaz de escolher entre o bem e o mal, porém ele fez sua escolha. O homem nunca houvera pecado, a maldição do pecado não veio como resultado: “O pecado entrou no mundo por meio de um só homem e o pecado trouxe a morte. Assim a morte se espalhou por toda a raça humana porque todos pecaram” (Rm 5.12)
O homem – não Deus – é responsável pelo pecado. Por que Deus não fez o homem a fim de que ele não pecasse? Porque Deus nos fez a Sua imagem, capazes de escolher. Guerras, por exemplo, não foi iniciada por Deus, mas pelo homem (Tg 4.1). Nós “colhemos o que semeamos.” Ao mesmo tempo, Deus pode e tira o sofrimento e dor (embora não tudo). Mas nós como cristãos temos a esperança de que um dia, “Deus vai tirar toda lágrima dos [nossos] olhos; não haverá mais morte, nem sofrimento, nem choro. Não haverá mais dor, e as coisas antigas já passaram” (Ap 21

Tuesday, September 18, 2012

Estudando - O Pentateuco


O livro do Gênesis é a introdução à Bíblia toda. É o livro dos princípios, pois narra os começos da criação, do homem, do pecado, da redenção e da raça eleita. Tem sido chamado de “viveiro ou sementeiro da Bíblia” porque nele estão as sementes de todas as grandes doutrinas. Na opinião de Gillis, sem o Gênesis a Bíblia “é não só incompleta, mas incompreensível”
Conquanto o Gênesis esteja estreitamente ligado aos demais livros do Antigo Testamento, relaciona-se mais ainda, em certo sentido, com o Novo Testamento. Alguns temas do Gênesis mal voltam a aparecer até que sejam tratados e interpretados no Novo Testamento. Incluem-se aí a queda do homem, a instituição do casamento, o juízo do dilúvio, a justiça que Deus imputa ao crente, o contraste entre o filho da promessa e o filho da carne, e o povo de Deus como estrangeiros e peregrinos. O livro do Apocalipse, em particular, narra o cumprimento dos grandes temas iniciados no Gênesis. A “antiga serpente”, que “engana todo o mundo”, está derrotada; cai Babel (Babilônia), e os redimidos são levados de novo ao paraíso e têm acesso à árvore da vida


C. O. Gillis, Historia y literatura de la Biblia, vol. 1, 1954, p. 63
Derek Kidner, Gênesis, em The Tyndale Old Testament commentaries, 1971, p. 14.